Fabiola Morcillo Núñez, uma arquiteta da Universidade do Chile, tem 26 anos de idade e desenha formalmente há aproximadamente um ano sob o nome de 1989. Seu projeto de ilustração utiliza ferramentas básicas da arquitetura para construir espaços fictícios e imaginários influenciados pela arquitetura asiática e pop art.
Fabiola tem consciência dos benefícios projetuais do papel e usa suas habilidades para imaginar espaços que vão além dos limites possíveis.
"A arquitetura como uma ferramenta discursiva me ajudou muito para a construção de uma representação própria", comenta Fabiola, que se inspira muito na cultura oriental. Durante sua formação acadêmica, teve a oportunidade de participar do workshop Ocho al Cubo (Oito ao Cubo), que trazia oito dos mais importantes arquitetos do Japão às oito escolas de arquitetura mais importantes do Chile. Entre os visitantes estavam Sou Fujimoto, Sanna, Atelier Bow Wow e Kengo Kuma.
Lá ela conheceu e conversou com alguns dos arquitetos mencionados anteriormente, e foi apresentada à arquitetura oriental, tema que tem seguido até então. Outros temas incluem os limites do espaço e sua desconstrução, a partir do questionamento das formas de habitar, a construção de camadas visuais e a multiplicidade dos resultados produzidos em seu trabalho.
"A história que me marcou foi o conceito do 'Museu de Hiroshige', de Kengo Kuma, que foi inspirado por uma ilustração de Hisoshige -- 'Chuva repentina sobre a ponte de Shin-Ōhashi e Atake' -- cuja descrição é uma sobreposição de uma série de camadas, as camadas de terra", diz Fabíola. Ela foi influenciada pela belas interações entre arte, história, vida cotidiana, e neste caso, arquitetura. Isto levou a sua primeira ilustração em 1989.
Posteriormente, decidiu desenhar suas obras favoritas e fantasiar sobre elas criando imagens pop contendo ficções, objetos e impossibilidades.
"Eu gosto de usar várias referências, estar atenta à vida, ser muito observadora e ter um sentido amplo de compreensão da beleza e das ferramentas de criação que estão disponíveis diariamente, por exemplo, a internet, os livros, os filmes, a rua, as viagens, as histórias pessoais, as preferências estéticas, os sonhos, a filosofia, etc."
"Estou numa busca interminável da história e da minha vida, unindo muitos conceitos e mostrando-os em uma só imagem".
Um de seus trabalhos recentes foi realizar uma cover art do álbum de NIET CHRIST (Cristian Nieto) para a gravadora No Problema Tapes, chamado "Metabolism". Neste projeto, o conceito foi concebido tanto pensando na música quanto em seus temas favoritos. Depois desse processo, ela fez duas ilustrações do exterior e interior do edifício "Nakagin Capsule Tower" de Kisho Kurokawa, tentando mostrar a nostalgia e a beleza do movimento de arquitetura Metabolismo Japonês.
O trabalho meticuloso de Fabiola não se afasta do mundo digital em que ela esteve imersa durante toda sua carreira. Ela usa o programa AutoCad para fazer seus desenhos, trazendo o desenho técnico ao mundo da ilustração.
Atualmente, a artista está fazendo projetos no exterior, em Taiwan, e colaborações locais com o ilustrador Bito Riveros. Você pode seguir sua Fan Page aqui.
